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Apostei que ia comer um hétero, o jovem Rafael – Conto real

Galera, os fatos que vou narrar aqui começaram há 2 anos atrás. Sou o Matias, tinha 25 anos nessa época e morava no Leblon, zona sul do Rio de Janeiro. Espero que vocês comentem, interajam, e sem demora irei enviar a segunda parte para vocês acompanharem de verdade. Ficou um pouco grande esse inicio, mas preciso que vocês entendam tudo.

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Tinha acabado de me formar em engenharia da computação, e como sempre dei muitas alegrias pra minha família no âmbito acadêmico, podia me dar ao luxo de farrear quase todo final de semana, desde os meus 16 anos. Aos 22, decidi que já era hora de morar sozinho, visto que vez ou outra queria estender a farra para a minha casa, levando garotas pra fuder no meu quarto, mas meus pais não eram tão liberais ao ponto de achar isso normal. Assim, encontrei um apê bem confortável no mesmo bairro, mas a uma distância suficiente do edifício no qual meus pais moravam para que eles não pudessem me cercar de vez em quando.

Desde os 20 anos eu me relaciono com homens também. Tinha um primo meu que morava em Curitiba e morou conosco durante cerca de 1 ano, dividindo o quarto comigo inclusive, e com ele me abri para novas experiências. O que a princípio me assustou, aprendi a levar de boa com o tempo, e apreciava a relação tanto ativamente como passivamente. Isso também nunca impediu que eu me relacionasse com mulheres, e eu apreciava igualmente o sexo com elas.

Por não precisar trabalhar desde cedo, minha rotina desde moleque se resumia à escola e academia, o que me deixou com o corpo bem legal. Não sou rato de academia, e não chego a ter o tórax de um fisiculturista, mas sou sarado o bastante pra minha autoestima ser elevada. Sou branco, olhos castanhos e cabelos pretos. Não tenho dificuldades em arrumar uma transa quando quero, mas o meu alvo preferido é algo difícil de conseguir: transformar um hétero numa máquina de receber rola. A sensação de descabaçar um cara não pode ser descrita em palavras, e só quem já conseguiu esse feito sabe do que estou falando.

Certo dia, fui chamado por um grande amigo meu (Lucas, até então a única pessoa a conhecer esse meu lado B), para curtir um sábado à noite na casa de praia dos pais dele em Arraial do Cabo. Ele tinha chamado uns amigos dele e faria um luau regado a muito álcool e erva. Topei na hora, e, às 10 da manhã de sábado eu já estava na estrada indo pra Região dos Lagos. Por falar no Lucas, nossa história não deixa de ser curiosa. Quando meu primo teve que voltar pra Curitiba, fiquei sem um cara de confiança pra fuder quando sentisse vontade (quase todo dia), então decidi entrar num bate-papo afim de aliviar esse desejo. Lá conheci o Lucas, cara com o qual já tive transas alucinantes, mas que, com o tempo, acabaram se transformando em conversas e desabafos de ambas as partes, o que nos aproximou mais ainda. Ele é a pessoa na qual eu deposito toda a minha confiança e sei que ele sente o mesmo. Não haviam segredos entre nós. Lógico que ainda rolava um sexo de vez em quando, mas isso ficou em segundo plano na nossa relação. Não, eu não o amo como namorado, mas como amigo. A bem da verdade, não acreditava em amar alguém incondicionalmente a ponto de não poder ficar sem ver a pessoa o tempo todo. Achava tudo uma grande bobagem. Que idiota que eu fui.

Chegando lá, fiquei conversando trivialidades com o Lucas a maior parte da tarde na beira da piscina, com ele me contando quem tinha comido durante a semana e eu idem; contamos piadas, falamos de futebol etc. À medida que a tarde ia avançando, foram chegando os outros amigos dele, e confesso que fiquei decepcionado com o que ia vendo. Cutuquei o Lucas com o pé:

– Porra Lucas, tu não tem um amigo gostoso, hein? Vou ter que me contentar com as gurias ali. Pelo menos tem duas que valem a pena ainda… – falei.

– Tu veio aqui pra se divertir ou pra fuder, porra? – disse ele, rindo.

– Ué, quem disse que fuder não é diversão? – mandei, já caminhando na direção de uma morena de parar o trânsito que tinha acabado de sentar numa cadeira de praia bem à nossa frente.

Com 10 minutos de conversa, eu já tinha ganhado a parada. Ela tentava se fazer de difícil, mas com certeza eu ia comer aquela bucetinha no final da noite. Com um sorriso no canto da boca, eu cheguei perto do Lucas e disse:

– Já tenho uma foda garantida pra hoje.

– Que surpresa! – exclamou ele, gargalhando. – A Sandrinha já deu pra todo mundo. Já comi até o cu dela. Só não falo pra ti não chupar a buceta dela porque eu já gozei lá, porque eu sei que tu vai curtir.

Fechei a cara. Então quer dizer que eu ia desperdiçar uma noite de festa pra fuder uma guria que já tinha passado na mão de todo o Rio de Janeiro. Foi quando olhei na direção da mesa de sinuca que tudo mudou.

Rodeado por alguns amigos e rindo como se tivesse acabado de contar uma piada particularmente engraçada, vi o cara que seria o centro do meu universo, minha obsessão a partir dali. Branco, com um cabelo castanho claro (ou cor de cobre, pensando melhor), curto, mas desgrenhado, olhos verdes e bem definido (só pude imaginar, já que, só pra me matar, ele era o único que não tinha tirado a camisa ali), o cara era tão gostoso que tive que conter uma ereção só de olhar pra ele. Corri atrás do Lucas, que estava afinando o violão pro luau.

– Puta que pariu, Lucas! Quem é aquele gostoso do caralho que tá lá na sinuca?

– O Rafael? – o fato de que ele nem precisou de maiores explicações sobre de quem eu estava falando pra responder à minha pergunta chegou a ser engraçado. – Desiste. – e voltou a atenção pro que estava fazendo.

– Como assim, desiste? De jeito nenhum! Caralho, já quero lamber aquele corpo todo. – sussurrei, pois tinham se aproximado algumas pessoas.

– Vem aqui. – Lucas revirou os olhos e me puxou pra dentro da casa. – O Rafael é um gostoso, eu já bati punheta pra caralho pensando nele, mas o cara é absolutamente hétero. Come mais mina que eu e você. É muito gente fina, tem o maior respeito com quem é gay, mas definitivamente não curte a fruta.

– Não curte porque nunca provou. – falei com um sorriso.

– Ok, quer tentar, tenta. Mas não vai dar em nada.

– Quer apostar?

– Tá falando sério? – Lucas ainda ria. – Olha, não confie demais no teu taco…

– Tá com medo de perder a parada?

– Ok, se tu não comer ele até o final do ano eu vou querer a tua camisa do Flamengo pra mim. Aquela com o autógrafo do Zico e do Júnior!

– Porra, tu é doido? De jeito nenhum! – ele pegou pesado. Aquela camisa era o Santo Graal do meu quarto. Eu a consegui quando tinha 9 anos quando por sorte encontrei os dois na arquibancada do Maracanã e peguei os autógrafos. Eu até tinha emoldurado e colocado na parede do meu quarto.

– Sabia que tu tava só blefando! – Lucas provocou. – Acho que tu vai ter que se contentar em comer só a Sandrinha mesmo. – e começou a rir, o que me deixou puto. Um defeito do Lucas: ele sabe como me deixar puto.

– Fechado! Mas, se eu conseguir, vou querer tua coleção de futebol de botão.

– Matias, tu odeia futebol de botão, pra quê tu quer?

– Só pra te sacanear. E ainda vou tacar fogo na tua frente. – falei e ri da cara de abismado dele. O cara tinha uma coleção incrível de futebol de botão que eu vivia desdenhando. Mas logo a expressão dele voltou ao normal.

– Que seja, tu não vai conseguir mesmo… Fechado!

Apertei a mão dele, e ele voltou pro violão, aparentemente nem ligando pro acordo que tínhamos selado. Mas eu já ia entrar em ação.

Esse foi o ponto crucial da minha vida. A partir daquele momento em que eu caminhava para tentar a sorte com o Rafael, minha vida nunca mais foi a mesma. Fico pensando no que teria sido de mim se eu nunca tivesse ido para Arraial do Cabo nesse final de semana. O que teria sido de mim se eu nunca tivesse conhecido a pessoa que virou meu mundo de cabeça pra baixo, que me mostrou que as besteiras sobre amor que eu tanto desdenhava seriam tão reais…

Rafael estava rodeado de amigos, e ria sem parar. Não pude ouvir do que falavam, mas logo percebi que não seria fácil me infiltrar no grupo e entrar na conversa, já que eu era o estranho no ninho ali. Estava presente como amigo do Lucas, e de mais ninguém. Além disso, posso ser extrovertido à beça com os meus amigos, mas sou tímido demais com aqueles com quem não tenho intimidade. Então cheguei a duas conclusões: 1) Eu deveria dar um jeito do Rafael procurar uma conversa comigo, e não o contrário e 2) Para que isso acontecesse, eu deveria conhece-lo melhor.

E não há um jeito melhor de conhecer alguém hoje em dia do que vasculhar sua página no Facebook, não? Pensando nisso, fui logo atrás do Lucas, que ainda estava afinando o violão sentado na cadeira de praia na beira da piscina. Assim que ele me viu chegando, já foi zombando de mim:

– Ué, tua determinação durou um minuto somente? Deve ser um recorde. Mas ainda bem que tu caiu na real né?

– Cala a boca que eu já tenho um plano. – disse, já me sentando do lado dele. – Me manda o link do Facebook dele.

– Conhecer o inimigo pra depois entrar na guerra, saquei. – ele ainda sorria. – E tu acha que eu vou te ajudar a ganhar a aposta pra quê? Te vira, mano. Procura, que tu acha sozinho.

De certo fazia sentido a relutância dele em me ajudar. Então me deitei em outra cadeira, esqueci o mundo à minha volta e passei mais de uma hora no celular caçando. Claro que o ditado “procurar agulha no palheiro” nunca fez tanto sentido pra mim quanto naquele momento, já que vocês podem imaginar a quantidade de Rafaeis que existem no Facebook. E nem adiantava restringir a localização ao Rio de Janeiro ou litoral, porque os resultados ainda eram imensos. Procurei nos amigos relacionados com o Lucas, e todos os xarás do Rafael que eu encontrava eram uma nova forma de me deixar frustrado. Cogitei a possibilidade de que ele tivesse um nome composto e utilizasse o segundo pra se cadastrar na rede social, então fucei nos mais de 800 amigos do Lucas no Facebook e nem assim me deparei com aquele deus. Depois de mais de duas horas, o Lucas chegou perto de mim, rindo.

– Ok, isso tá muito engraçado pra mim, mas eu te chamei aqui pra curtir uma festa, não pra ficar grudado no celular a noite inteira.

– Eu não saio daqui enquanto eu não encontrar o meu alvo.

– Vai morrer aí então. Ele não tem Facebook!

Levantei meus olhos do celular, ao mesmo tempo incrédulo, furioso e com vontade rir e dar um soco na cara do Lucas. Como assim existe alguém na face da Terra que não tem perfil no Facebook?

– Seu filho da puta! – quase gritei. – Eu tô aqui há horas e tu não me disse nada!

– Eu falei que não ia te ajudar. – ele disse. – Mas, pra provar o bom amigo que sou, vou te dar umas dicas. Deixa eu ver, ele mora sozinho em um apartamento na Tijuca, tem 25 anos, raramente não está namorando, a família toda é do Rio Grande do Sul. Ele se formou ano passado em Administração, e veio pro Rio trabalhar numa empresa de um amigo do pai dele.

– Só isso?

– Ei, eu já te ajudei pra caramba! Ah, ele vive andando de bicicleta. De vez em quando se junta com uns parceiros e vão pedalar lá pela Floresta da Tijuca. Gosta de cinema pra caramba, adora séries, é fã de Lost, futebol, é vascaíno. E isso é tudo o que eu sei sobre ele. Ele é bem legal, mas não sou tão íntimo a ponto de saber mais do que isso.

– Valeu pela ajuda. Vou ver o que eu posso fazer com essas informações. – falei.

Depois que o Lucas me deixou sozinho novamente, comecei a repassar as informações que ele tinha me passado, e algo me chamou a atenção: Fã de Lost.

Amigos, há algo particularmente curioso acerca de um fã de Lost. Diferentemente dos fãs de outras séries normais, o cara que gosta de Lost adora gritar pro mundo que essa é a melhor série que já existiu e que quem não gosta é porque não entendeu a proposta da série. Assim como um tubarão sente o cheiro de sangue a quilômetros do local de origem do ferimento, um fã de Lost é atraído instantaneamente por alguém que esteja conversando sobre o assunto ao alcance de seu ouvido. É como se ele brotasse do chão, e nada mais parece faze-lo calar a boca. Concluí que esse era um excelente pretexto para me aproximar e me fazer ser notado.

Hora de se mexer. Levantei de onde estava e procurei por ele. Foi quando quase caí pra trás. Enquanto eu estava absorto nos meus pensamentos, ele tinha tirado a camisa ficado só de bermuda. Naquele momento, eu o desejei mais do que tudo na minha vida. Ele tinha o peitoral bem definido, quase liso, somente com uns pelinhos quase loiros no meio, e uma trilha deles que descia, passava pelo umbigo e ia direto ao seu pau que, protegido pela bermuda, apenas me permitia imaginar como seria seu aspecto e gosto. Quando ele se virou, puder ter uma noção de quão gostosa deveria ser a sua bunda, que parecia gritar me chamando para ser pegada e acariciada. Eu prometi a mim mesmo que ia comer aquela bunda como se não houvesse amanhã…

Juntei toda a minha força de vontade para desviar o olhar. Primeiramente, porque se eu ficasse tempo demais secando o cara, as pessoas iriam começar a perceber. E depois, eu tinha que agir como se não estivesse consciente de sua presença para que o meu arremedo de plano começasse a dar certo. Aproveitando que o Lucas estava relativamente próximo do Rafael, cheguei no meu amigo e comecei:

– Ei Lucas, cadê o box de 24 Horas que tu disse que ia me emprestar? – sem dar chance pra ele responder, já que visivelmente ele não fazia a menor ideia do que eu estava falando, acrescentei: – Tô afim de assistir alguma série que preste por esses dias, já que eu vou estar de férias daqui a uma semana.

– …

– Olha, tenho muita preguiça de ficar baixando série por aí. – tagarelei, enquanto o Lucas não entendia nada do que eu estava falando. Na certa, achava que eu já tinha fumado um baseado àquela altura. – E o meu vizinho só tem Lost pra me emprestar, e eu não suporto mais ouvir falar nisso.

Uma centelha de compreensão passou pelo rosto do Lucas, seguido de um olhar discreto por sobre o meu ombro. Ele nem precisou dizer nada para que eu soubesse que o Rafael ouviu o que eu tinha falado. Então, ele começou a rir. Fiz uma expressão de “continua a cena ou eu te mato”, e ele, que é péssimo no improviso, só balbuciou:

– É… eu… mas…

– Então, pra quê eu vou querer ver uma série que eu sei que no final tá todo mundo morto? – leia-se: frase chave pra matar do coração um fã da série.

– Não tá todo mundo morto. – ouvi alguém falar atrás de mim.

Me virei e foi com o coração aos pulos que fiz cara de surpresa e iniciei uma conversa emocionante (zzzzzzz) sobre a série que eu nem pretendo reproduzir aqui. Esqueci completamente do Lucas, que sacou o momento de me deixar aproveitar a companhia do Rafael sozinho. Quando ele estendeu a mão pra me cumprimentar, me dizer o seu nome e deixar que eu dissesse o meu, tive vontade de segurar aquela mão pra sempre; mão de macho que me fez arrepiar todo e tive que conter uma ereção. Outro motivo para que eu não relate o teor da conversa aqui é que eu simplesmente não prestava atenção. Eu estava completamente concentrado na boca dele se mexendo enquanto falava, nos  músculos dos braços que se mexiam quando ele gesticulava, e imaginando mil maneiras de joga-lo na cama e me refestelar naquele corpo.

Cansado do papo chato, eu sempre dava um jeito de desviar o assunto para algo mais pessoal. “Descobri” que ele morava na Tijuca e curtia pedalar com os amigos. Que ele havia terminado um namoro de 3 anos há uma semana, e estava lá a convite do Lucas pra arejar a cabeça, já que não vinha sendo uma boa companhia desde então. Que adorava lasanha, que sonhava em conhecer o mundo fazendo um mochilão. Quando ele me convidou pra pedalar no sábado seguinte, fiquei mais feliz do que me sentia há muito tempo. A festa nem tinha mais sentido pra mim. Ficar conversando com o Rafael (desde que o assunto não fosse Lost) invalidava qualquer outra necessidade minha: comer, conversar com outras pessoas, cantar com os outros enquanto o Lucas dava show no violão, nada mais importava. Eu não sabia disso, mas já estava me apaixonando por ele.

Havia um grande problema em ter aceitado o convite do Rafael pra dar uma volta de bicicleta com os amigos: eu não montava numa havia mais de 10 anos. Aos 14, meu primo de 10 anos morreu atropelado por um carro quando andava de bicicleta, o que fez meus pais tomarem a minha e me proibirem de pedalar terminantemente. O trauma foi tão grande na família que nem quando íamos passar um final de semana em Paraty, onde temos casa, podia usa-la.

E aquele ditado que diz que quem aprende a andar de bicicleta jamais esquece é uma grande mentira.

Logo, passei as tardes da semana seguinte praticando no parque do Jardim Botânico, único lugar seguro e livre de pessoas o suficiente pra rir da minha cara a cada tombo que eu levava. Mas foi com o joelho ralado e vários curativos no pé que eu deixei o parque na sexta-feira à tarde com a confiança necessária pro passeio do dia seguinte.

Assim que cheguei em casa, liguei pro Rafael pra perguntar qual o ponto de encontro do nosso passeio. Foi nítida na voz dele a surpresa pelo meu telefonema, ao mesmo tempo em que o meu coração se assemelhou a um balão cheio que recebe uma espetada de uma agulha. Estava claro que ele só tinha me chamado por educação e nem imaginava que eu realmente iria aceitar o convite.

– Bom, a gente resolveu se encontrar no bar da Cervejaria Itaipava, em… – começou ele, meio sem jeito.

– …Petrópolis??? – completei, estupefato.

– É… bem, a gente resolveu pedalar por lá, e depois aproveitar pra beber depois. A gente  desce a serra por volta das 5, antes de escurecer. – Era julho, então fazia muito frio na serra nessa época do ano. Além disso, o sol costumava se pôr lá pelas 6 horas, e ninguém em sã consciência resolve dirigir na névoa depois desse horário. – Você pode ir?

– Posso. – minha momentânea tristeza tinha partido. Era hora de ser cara-de-pau. – Tem vaga no teu carro?

– Eu vou de carona com um amigo meu.

– Então beleza, encontro vocês por lá. Que horas?

– Dez.

– Ok.

Acordei às 7 e meia no sábado, e a isso devemos bater palmas pro Rafael. Ninguém me faz acordar antes de meio-dia num final de semana. Mas às 9 lá estava eu pegando a estrada pra subir a serra e cruzar os pouco mais de 40 quilômetros entre uma  cidade e  outra. No caminho, acordei o Lucas pelo celular. Quando contei pra onde estava indo, ele começou a rir e me desejou boa sorte, mas não muita.

Quando cheguei no local combinado, ainda era 9h40. Como eu não queria parecer ansioso demais, estacionei em uma rua paralela e matei tempo até que se aproximasse das dez. Faltando cinco minutos eu já não conseguia mais aguentar a espera e fui logo para a Cervejaria. Lá encontrei o meu sonho de consumo cercado por mais seis amigos, todos bem gostosos por sinal, mas nada comparado a ele. Rafael, inclusive, tava mais delicioso que nunca: trajava uma bermuda jeans azul escura que ia até os joelhos, uma camisa branca folgada que, quando o vento batia levantava um pouco deixando ver seu umbigo e parte do caminho da felicidade que tanto desejava trilhar, e tênis azuis de corrida. Apesar da época do ano, estava um dia bem agradável pra um passeio. Assim que cheguei, Rafael me apresentou aos seus amigos com um sorriso no rosto que quase fez meu coração parar.

Devo dizer que me saí razoavelmente bem na bicicleta. Em certa parte do percurso, percebi que, enquanto os outros disputavam uma corrida, eu era o retardatário, e o Rafael me fazia companhia no pelotão de trás propositalmente. Envergonhado, disse:

– Ei, não precisa pedalar mais devagar por causa de mim, cara. Pode correr.

– Ah, eu não estou afim de correr hoje. Minha vida já está corrida o suficiente durante a semana. Hoje eu só quero vagar por aí, com o vento batendo no rosto. Depois beber um pouco e esquecer dos problemas.

– Que tipo de problemas? – perguntei.

– Ah, nada de mais. – respondeu, evasivo.

– Tudo bem você não querer falar, a gente se conhece há pouco tempo. Mas pra alguém que procura sair da cidade, nem que seja por um dia, e quer afogar os problemas na cerveja, eu diria que esses problemas não são tão irrelevantes assim.

Ele me olhou por um curto período de tempo, depois voltou a atenção para a frente. Torci para que eu não tivesse ido longe demais, que eu não tivesse afugentado a presa bem antes de armar o bote. Passamos uns 10 minutos calados, pedalando lado a lado, mas sem qualquer contato visual. Enfim, quando eu já estava me amaldiçoando por ter estragado tudo, ele se virou pra mim e disse:

– Acabei um namoro de 3 anos faz 2 semanas. Na verdade, ela é que acabou comigo. – Nesse momento, eu só conseguia pensar quem seria a louca pra dispensar aquele cara.

E, quando a tampa da garrafa saiu, todo o conteúdo jorrou pra fora. Rafael começou a falar sobre como ele gostava dela, que ficou em porto Alegre, onde ele morava. Como ele tinha planos pro futuro, como ele se sentia sozinho agora que morava numa cidade onde conhecia poucas pessoas, como não tinha mais ninguém pra conversar. Que vontade eu tive de abraça-lo nessa hora…

Quando finalmente ele parecia já ter posto toda a frustração dele pra fora, respondi:

– Olha, sei como relacionamentos podem  ser bem difíceis de se manter, ainda mais à distância, como era o caso de vocês. Pode soar meio clichê, mas essas coisas acontecem com todo mundo. Já sofri pra caramba por causa de amor também (mentira!!!), mas a gente consegue superar sempre. Nada como o tempo. E, quanto a não ter ninguém pra conversar, estou sempre a um telefonema de distância. – e sorri pra ele. – Além disso, tu tem um monte de amigos aqui, não? Olha essa galera que veio pra cá.

– Conhecidos, não amigos. Tenho um bocado de colegas. Amigos, poucos. E todos ficaram em Porto Alegre.

– Menos eu. – disse. – Posso ter uma semana apenas de convivência contigo, mas já te considero o mais próximo de amigo que posso imaginar.

E ele sorriu pra mim. Um sorriso genuíno, não apenas por formalidade. Sorriu com a boca e com os olhos, e foi aí que eu perdi o controle da bicicleta e caí. Rapidamente ele parou e veio correndo preocupado verificar se eu tinha me ferido, mas, por sorte, eu pousei em um amontoado de terra fofa e tudo o que eu consegui foi sujar minha bunda de terra. Depois que rimos muito do acontecido, fomos até o meu carro onde tinha uma roupa reserva e, sem pudor algum, me troquei na frente dele, ficando só de cueca e camisa (lógico que a rua estava deserta). Minha esperança era despertar pelo menos uma centelha de atenção pra minha bunda, mas ele não deu o menor sinal de interesse e ficou verificando o celular enquanto eu me trocava.

Ficamos conversando amenidades sobre as nossas vidas o resto da tarde, e encontramos os colegas dele na Cervejaria quando já passava das quatro e meia. Dos seis, cinco já estavam prontos para ir embora, pois dividiam o carro alugado juntos e deveriam devolve-lo até as 6 se não quisessem pagar outra diária. O sexto elemento, que havia trazido o Rafael em seu carro, estava apenas nos esperando para poder ir embora também. Como havíamos acabado de chegar, disse ao Rafael que poderíamos nos demorar um pouco que ele poderia voltar comigo pro Rio de Janeiro. E foi aí que vi que a sorte estava do meu lado.

Nós dois sozinhos, numa outra cidade, sem nenhum outro meio de ir embora sem arriscar se embrenhar na névoa da estrada, num bar bebendo como se não houvesse amanhã. Descobri que depois do terceiro chope, o Rafael era muito mais falante e extrovertido. Era tudo o que eu queria para tocar no assunto que eu mais queria conversar com ele: sexo.

– Mas me diz, namorando à distância, como tu fazia pra transar, cara? – perguntei sem demonstrar nenhuma malícia, mas uma curiosidade genuína.

– Ah, eu vou a Porto Alegre pelo menos uma vez ao mês, então eram dois dias em que eu tentava compensar o tempo perdido, né? – ele respondeu rindo e corando um pouco.

– Pô, mas com tanta mina gostosa por aqui, tu não pulou a cerca nenhuma vez? Tu é um cara presença, não deve ser difícil arranjar.

– É, um fim de semana por mês é complicado. – ele começou, tentando sair pela tangente.

– Eu não conseguiria. – cutuquei. – Não consigo acumular tanta energia assim. O saco fica pesado. E só punheta não adianta.

– Verdade. Nada se compara. – ele riu.

E então fomos conversando durante um bom tempo e quando me dei conta já passava das nove. Foi quando coloquei a minha máscara de surpresa e falei com o Rafael que era muito perigoso descermos a serra àquela hora. Não que a opinião dele a respeito fizesse muita diferença: a bebida já tinha realizado todos os efeitos possíveis em alguém fraco pra álcool. Com o olhar injetado, cabeça pendendo pro lado, a impressão que se tinha era que um mero empurrão o deixaria no chão sem a menor possibilidade dele se levantar.

Paguei a conta e o apoiei até o carro, pretexto mais do que perfeito pra sentir todo o seu corpo, músculos e senti-lo colado a mim. Ao chegar à pousada que eu já conhecia por me hospedar lá nas vezes que fui a Petrópolis, o carreguei até ele desabar na cama, de bruços e desmaiado. Meu pau quase fura a calça diante daquela visão. Parecia um sonho: o Rafael com a bunda virada pra mim, na cama, sem nenhum sinal de que pudesse acordar a qualquer momento. Não me contive: passei a mão na bunda dele. Era macia, mesmo por baixo do jeans. Mordi, esfreguei minha cara e quase perco o fôlego quando ele se mexeu, me trazendo de volta à Terra e me fazendo perceber que estava indo longe demais. Ele se virou e a minha sanidade foi embora novamente. Passei a mão pelo seu peitoral, encostei o rosto na barriga com cheiro de suor e pousei a mão em cima de seu pau, que estava mole. Fiquei massageando por cima da bermuda e, quando ele começou a dar sinal de vida, o Rafael se mexeu de novo. Frustrado, fui pro banheiro, onde bati uma punheta debaixo do chuveiro que me fez gozar bastante. Limpo, voltei ao quarto e fiquei tentado a continuar a me aproveitar da situação, mas pensei melhor. Além de ser perigoso, queria muito transar com o Rafael quando ele estivesse bem consciente do que estava fazendo. Queria fuder a bunda dele olhando ele nos olhos e beijando a boca dele.

Num último ato de travessura antes de dormir, dei um beijo na boca adormecida dele, e dormi com o gosto dos seus lábios na minha boca.

Continua…



79 comentários

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  1. Boy Sampa

    Um ótimo conto,continue a postar o mais rapido possivel!

    Já vivi isto,lembro das estratégias para conseguir ficar com um hetero! Iguais as suas!! kkk

  2. Anónimo

    Cara, não sou fã de contos eróticos. Mas quando li que supostamente é uma história real, pensei que não custava nada lê-la. E ainda bem que o fiz. Você escreve muito bem e a história é ótima. Estou ansiosíssimo pela segunda parte. Por favor, continue.

  3. Adriano

    Eu tive um grande amigo hétero, que virou a minha cabeça. O amei e durante anos o que consegui foi chupá-lo com dois dedos no seu cuzinho e dei para ele umas três vezes. Mas sem ele me tocar, era muito frustrante… Sofri e chorei horrores!

  4. Icarus Philippus

    Não sou fã de contos eróticos devido ser visual por natureza; porém, quando vi o título, pensei: por que não? E não me arrependi. A história é interessante e você escreve muito bem. Se verdadeira ou não, anseio pela segunda parte. Please keep going.

  5. FlyRJ

    Poste o resto com urgência. Que conto incrível. Sempre tenho uma tara por pegar vários heteros amigos meus. Então to amando esse conto.

  6. Rick

    Bem escrito, mas preferi os dois anteriores do kra q fez sexo a tres com o amigo e a namorada do amigo, q também sao mto bem escritos e mais reais pq eu mesmo ja passei por aquilo. Amei esse conto, me excitei mto, mas nao acreditei em nada. Sorry.

  7. Meow

    Nojo desse viadão machista. Vomitei em menos da metade e parei

    É bi e come cus de heteros kkkkkkkkkkk. Quem acreditou deposita 100 na minha conta

  8. Eos

    Sempre leio os contos postados aqui…Mas esse infelizmente não passei das primeiras linhas, a pessoa que escreveu me da a impressão ( ou é essa que quer passar) que o universo gira em torno de seu umbigo. Nada contra a ban ban bans,mas esse parece ser um lixo que se acha melhor que todos os outros. Desculpa,mas é essa minha opinião. Ao editor fica a dica de pelo menos procurar viés mais real.

  9. Leitor

    Conto muito inferior ao último postado aqui no site. Muito fantasioso e longo demais, pra no final das contas não dar em nada. Não deixou aquela vontade de ver a continuação. Escreve quase 100% certo, é até prazeroso de ler, mas a história tem que ser revista, pois não dá pra acreditar nem um pouco. Não precisa postar a segunda parte. É muito ruim!

  10. Henrale

    Já tive algo semelhante, bem próximo ao ocorrido… mas tudo aconteceu na faculdade, ambos de fora… Ele bem atraente, mulherada marcando em cima, mesmo ele rejeitando algumas.. Eu já era mulherengo, mas sempre curti homem e saia com alguns, que normalmente se apaixonavam e eu só queria a “fast-foda”.. Mas como a vida da voltas, esse cara me virou a cabeça. Não sei como acaba sua história, mas a minha é que estamos juntos há três anos namorando, tudo no devido sigilo…

  11. fulano

    viaaaaaaadooooooooooooo to tododesesperado !!!!

    pela amor de Deus ! , coloca a continuaçao ! nossa voce se deu muito bemm ! quero ver o final ! hehehe

  12. LULU

    NOSSA MIGA, SONHAR MAIS UM SONHO NE NON?!
    USOU TODOS OS CLICHES POSSIVEIS PRA CONTO GAY E AINDA AFIRMA QUE É VERIDICO.
    ME POUPE, SE POUPE, NOS POUPE!

  13. Anônimo

    Conto machista e elitista. Aquele tipinho que discrimina quem é “fora do padrão” rico, lindo, branco, ‘fora do meio’, elitizado e pegador.

    Apesar de tuuuuudo isso, o conto é bom pra caralho! E não vejo a hora de ver a continuação. Já tive experiências com héteros gostosos assim, por isso achei um tesão…

  14. CC

    Bicho, acorda e para de perder tempo… Você é louco pelo Lucas e ele por você, aparentemente. Deixa de putaria, de se iludir fingindo curtir mulheres e te entrega pro cara.

  15. Gustavo

    Machista e elitista. Tipo da pessoa q quer o cara hetero discreto gostoso sarado… Que é bi, mas deseja “heteros”… Aff preguiça de pessoas assim!

  16. Ale

    Tipico conto erótico onde todos são brancos ,lindos com corpos sarados e ricos. Cansado de ser conto assim. Não apesenta nada de novo apenas personagens exteriorizados, mas até que é bem escrito.


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