Conto Erótico: Me Transforme em Hétero – Parte 4

Imagem: Divulgação

Me Transforme em Hétero – Parte 4

Eu acordei cedo e as mãos do Breno ainda continuavam segurando meus testículos e parte do meu pênis. Seu corpo estava colado no meu, conseguia sentir seu pênis espetando minhas nádegas. Conseguia sentir sua respiração na minha nuca e isso fazia meu corpo se arrepiar todo. Eu preferi não me mover e fingir estar dormindo para não acordá-lo e principalmente para que aquele momento mágico não acabasse. Se apaixonar por um hetero já é difícil, quando surge essas ocasiões de contatos mais “íntimos” devemos aproveitar ao máximo.

Após alguns minutos, ele acordou, se moveu um pouco, mas não tirou a mão da minha cueca. Apenas afastou o seu corpo do meu. Verificou se eu estava dormindo (e eu fingi que sim para não o constranger) e ele deu moveu os dedos na minha cueca mais um pouco, retirou a mão, se levantou e foi ao banheiro. Depois de um tempo, fingi acordar e me levantei.

– Acordou com a barraca armada hein safadão! – ele disse rindo.

Olhei para minha cueca e havia uma ereção matinal misturada com toda a situação noturna.

– Normal né? Todos os homens acordam assim…. – respondi como se fosse um especialista no assunto.

– Deve ser porque eu fique a noite toda te encoxando e você empinou a bundinha para o meu lado – ele terminou a frase e começou a rir.

Fiz uma cara de deboche como se ele estivesse mentindo. Claro que ele não mencionou dormir segurando meu pênis e eu também não falei nada.

Fomos ficando cada vez mais próximos e íntimos a ponto de saber segredos, emprestar roupas e todas essas coisas que amizades proporcionam. Da minha parte era muito mais que só amizade mas eu não sabia a parte dele. Eu comecei a pegar algumas gírias que ele usava, ele começou a me ensinar algumas coisas também: como fumar, como chegar nas meninas, começou a ajudar a me vestir melhor (segundo ele minhas roupas eram homossexuais) e comecei a adaptar meu guarda-roupas e meu estilo.

Ele me ensinou a postura que eu devia ter, como eu devia andar (com as pernas um pouco abertas), a cuspir e ser briguento, andar sempre com a cara fechada, não ter vergonha de coçar o saco em público. Comecei a me tornar um ogro. Cada aula que ele me ensinava eu percebia que meu antigo ser era uma pessoa muito longe do universo heterossexual. Em poucos meses eu era uma pessoa totalmente diferente (comecei a fazer até mesmo fonoaudióloga para mudar a tonalidade da minha voz). As pessoas começaram a notar a minha diferença.

O mais engraçado de tudo é que o meu gaydar começou a falhar. Logo ele que era tão certeiro começou a dar sinais de desgaste.

Durante todo esse meu processo de transformação, eu ficava com Amanda que demonstrava cada vez mais estar apaixonada e adorava as mudanças que via em mim. Eu não tinha desejo nenhum por ela e no meu íntimo era quase uma tortura quando estávamos juntos e o clima começava a esquentar.

Eu sempre encontrava uma desculpa para não ir para os “finalmente” com ela. Uma hora não tinha camisinha, outra eu não estava bem, cheguei até a fingir problemas familiares e chorar (merecia um Oscar de melhor ator nesse dia). Mas meu repertório de desculpas estava acabando, O problema é que meu pênis não chegava nem a ficar meio bomba perto dela. Não tinha como transarmos. E eu não queria perder minha virgindade com ela.

No estágio tudo ia de mal a pior. Cada vez mais era insustentável as investidas de Iruam e seu assedio constante. Ele sempre inventava umas cantadas escrotas e começou a me chamar de macinho devido a minha mudança. Um dia, de tanto ser desprezado, em meio aos afazeres, ele me encontrou sozinho no corredor e falou:

– Por qual motivo você me despreza tanto?

– Eu não tenho nada contra você. Só não gosto dessas suas piadinhas e dessa sua forma abusiva de me tratar?

– Eu realmente gosto de você e como deve ter percebido, quero algo a mais contigo. Você é um rapaz inteligente, já percebeu q eu tenho desejo por você. Eu não quero apenas sexo, quero algo sério!

– Me desculpe mas eu sou hetero!

Ele começou a rir.

– Você pode tentar enganar a qualquer um aqui Ethan, pode até estar se enganando, vestindo essas roupinhas aí, se comportando todo diferente. Mas no fundo, eu e você sabemos como é o verdadeiro Ethan. E eu gosto do Ethan verdadeiro, porque ele não precisa se esconder para ser quem é.

– Eu não estou me escondendo e….

– Está sim, você pode me achar abusivo e escroto. Mas eu pelo menos sou sincero no que sinto. Eu pelo menos dou minha cara a bater do que realmente eu sou. Não fico com vergonha de ser quem eu sou e não fico tentando ser outra pessoa.

Aquilo me fez pensar muito. Acho que de todas as coisas que Iruam falou, aquele dialogo foi a única coisa que prestou. Ele realmente tinha razão. Eu comecei a me perder quando tentei me tornar uma coisa que eu não sou. Estava magoado o sentimento de uma menina por fingir ser hetero. Até uma certa parte valia a pena porque tudo isso me proporcionava estar muito próximo de Breno, mas por outro lado, haviam outras pessoas e outros sentimentos envolvidos. Eu pensava somente no meu umbigo.

Fui até a sala de Iruam e ele estava sentado sozinho em uma mesa cheia de papéis:

– Você tem razão Iruam. Eu sou gay. Você é gay. Me desculpa ser escroto contigo as vezes. Mas tente ser menos abusivo quando gostar de alguém. Tente ser mais gentil e carinhoso ou tenha uma abordagem diferente da que você teve. Infelizmente eu não gosto de você para termos algo a mais, fico feliz de você gostar de mim, mas não posso corresponde-lo.

Fui até ele e o abracei. Pedi perdão e ele sorriu. As palavras de Iruam ecoaram por muito tempo em meus pensamentos.   

O próximo passo era falar com Amanda e terminar com ela. Mas como era próximo de seu aniversário não quis estragar o encanto e resolvi esperar a festa passar. Ela estava programando um grande churrasco e mais uma de suas festas loucas que todos saiam inconscientes.

Chegou o grande dia e não sei o que havia acontecido com as mulheres que estavam todas insuportáveis e brigando por quaisquer motivos. Thais brigou com Breno e Amanda estava insuportável. A festa acabou sem nenhum agravante e Amanda por ter bebido demais passava mau. Thais que era a mais paciente com bêbado se prontificou a dormir com ela e eu e Breno dormiríamos novamente juntos.

Lembrei da primeira festa ali e quando ele dormiu comigo. As lembranças vieram e pensei que poderia acontecer novamente.

Nos deitamos na minúscula cama de cuecas e ficamos falando asneiras.

– Breno, acho que vou terminar com a Amanda!

– Por que? Vocês não estão se dando bem?

– Sabe… eu não tenho sido sincero com ela….

– Você traiu ela pia?

– Não…. mas eu não gosto dela…. eu não gosto de…

– Mas você pode aprender a gostar, ela é bem gostosinha com todo respeito!

– Mulheres…. – terminei.

– Ela deve ser bem safada na cama, pense só!

– Eu gosto de…

– Ela geme muito? A Thais quando está inspirada, Meu Deus o que é aquilo!

– Você… – terminei

– Eu não gemo não…. seu burro – disse ele me dando um soco de leve.

– Breno, eu sou gay! GAY!!!!

– Como assim? – ele se sentou na cama espantado.

– G – A – Y  – soletrei para ele.

– Você está falando sério? – ele fez uma cara de espanto.

– Sim, estou…

– Você gosta de chupar pintos? – enquanto ele falava isso eu me sentei na cama também.

– Não usaria essa definição para gay.

– E qual você usuária Ethan?

– Eu gosto de você…. – por isso me aproximei rapidamente dele e encostei minha boca na dele, dando um selinho.

Ele ficou parado, parecia que até havia parado de respirar. Seus olhos ficaram fixos em mim. Seus músculos pareciam se contrair. Logo ele ficou enfezado, arqueou as sobrancelhas e falou com os dentes cerrados:

– Eu não sou bicha!

– Eu sei – respondi.

Achei naquele momento que eu poderia apanhar. Sabia que não havia mais volta. Meu medo de perder tudo era imenso, mas não podia mais viver com aquele medo para sempre.

– E o que você quer Ethan?

– Quero apenas que você não mude comigo, sei que vai ser difícil mas….

– Vai mudar tudo Ethan.

Ele ia se levantar da cama quando segurei seu braço.

– Eu te amo!

– Você tem certeza que quer continuar com isso? Por que se continuar, nunca mais vai ser a mesma coisa!

– Eu precisava falar isso Breno…. me desculpe.

Então surpreendentemente ele me puxou e me beijou. Eu não esperava por aquilo. Ele mordeu meu pescoço e suas mãos apertaram minha barriga. Nossa respiração era muito ofegante. Ele me deitou e se deitou sobre mim.

– Você tem certeza que quer continuar? – ele perguntou com os olhos em chama.

– Sim, eu tenho – respondi.

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