Conto Erótico: Me Transforme em Hétero – Parte 1
Moro em Curitiba desde que nasci e nunca conheci o que significava amor. Mentira, eu conhecia o amor, mas apenas o amor de pais e familiares. Nunca tinha me apaixonado por ninguém e já estava com quase 17 anos e essa palavra era um grande espaço vazio no meu dicionário interno. Eu lia livros de romance, assistia grandes clássicos românticos e ficava imaginando quando eu seria vítima das breguices e cafonices como efeitos colaterais um amor. Quando eu ficaria cego de amor e seria capaz de colocar alguém na frente de tudo, de superar e ultrapassar todos os meus limites?
Até então, eu não tinha uma opção sexual definida. Eu já tinha ficado apenas com garotas (por sinal, sempre as problemáticas, esquisitas, enfim, as garotas invisíveis para o restante do mundo). Nunca havia tido nenhum contato com uma pessoa do mesmo sexo. E nunca tinha sentido atração ou desejo por ambos os sexos. Claro, como ninguém é de ferro, eu me masturbava constantemente. Mas nunca era pensando em alguém e sim, com situações que tinham acontecido ao longo do meu dia.
Na escola,
eu era um adolescente quieto, extremamente tímido, porém, tinha bastante amizade por fazer esquemas de passar cola na sala, colocar nomes em trabalhos que supostamente eram para ser em duplas, trios etc. Ou seja, tinha amizades por puro interesse escolar. Mas o que me incomodava muito era que constantemente eu era motivo de chacota por outros rapazes por ser “afeminado”. E na família volta e meia surgia um assunto assim também.
Por que afeminado eu me questionava? Eu não andava rebolando ou fazendo trejeitos. Eu não usava roupas apertadas, passava a mão no cabelo, ficava fazendo gestos, andava cercado de garotas ou era típico escandaloso “babadeiro”. A única coisa que me incomodava era minha voz, que era meio fina e de “taquara rachada “, típico de adolescente pré-juvenil. No demais eu era apenas esquisito por ser muito quieto, sem amigos e isolado.
Em uma época que bullying era artigo de luxo, imperava a lei da selva. Sempre existia um motivo para chacotas e ser o motivo de risada da sala. Independente se você é hétero, homossexual, transexual ou seja lá o que sexual. Claro que alguns estavam sempre no topo da lista. Eu dificilmente entrava na lista (até porque muitos saíram do ensino médio graças a mim), mas volta e meia eles esqueciam dos favores por mim prestados e me zoavam em uma aula aleatória. Demorava pouco tempo, mas era o suficiente para te deixar o dia todo meio para baixo.
Além disso tudo,
eu sofria de uma síndrome que só quem tem a sorte de ter um irmão mais novo e bonito, descolado e elegante tem: a síndrome do patinho feio. É um pouco triste você escutar que foi o esboço (borrão) para vir a obra de arte ou então uma garota te olhar com alguns olhares de interesse (todos amam ser desejados) e depois você descobrir que ela se aproximou só porque queria o contato do seu irmão mais novo. Era o fim.
Toda a sorte do mundo que a mim foi privado foi dada a meu irmão. Ele era descolado, popular na escola, era bonito, vivia rodado de pessoas, era chamado para festas. Era como se mesmo sendo uma agulha, ele fosse facilmente encontrado no palheiro. Eu sentia uma certa inveja sim porque mesmo que eu fosse o oceano atlântico, ninguém me notava no mapa mundi. A única vantagem que foi dado a mim em relação ao meu irmão era que eu era inteligente (pelo menos isso eu tenho que agradecer) e nunca fui com notas baixas ou algo do gênero. Hoje eu acredito mais que era esforçado do que inteligente em si.
O tempo foi passando e eu aceitei todas as condições que a mim foram dadas. Parei de me preocupar de ser o único virgem nos meus meios sociais, de não ser chamado para festas e eventos, de nunca ter pisado em uma balada, postado fotos com amigos de verdade, ter mídias sociais e estar por dentro das coisas de jovens e passei a me preocupar exclusivamente com o vestibular. Eu estava com 17 anos e no famoso “terceirão”. Sempre tive muita preocupação com o que eu faria no meu futuro e tinha o foco de que precisava fazer uma faculdade.
Eu comecei
a trabalhar como auxiliar de garçom em um restaurante próximo de casa e não gostava muito do que fazia. Mas era o que tinha para o momento. Fiz o vestibular em uma renomada faculdade e passei em primeiro lugar para Administração (ganhei bolsa integral e fiquei muito feliz). Logo que meu nome saiu na lista de matriculado, por uma sorte do destino, um grande amigo do meu irmão me informou que estavam contratando estagiários (mesmo sem ter iniciado o primeiro ano da faculdade) para trabalhar por 04 horas em um órgão público.
Como minha infelicidade sendo garçom era tremenda, não pensei muito e fui levar minha ficha para o estágio. Não demorou muito o processo seletivo (menos de uma semana) e descobri que a vaga era minha. No primeiro dia, fui todo arrumado e feliz, pensando em como me portar e desenvolver minhas habilidades, como ser bacana sem ser puxa-saco e essas mil coisas que passam pela cabeça da gente.
Cheguei no local e foi mil alegrias, fui apresentado para o pessoal, meu chefe imediato me levou a todas as repartições e me apresentou como novo estagiário de Administração. Eram muitas pessoas para o primeiro dia, não guardei lembrança dos rostos ou das primeiras falas. Mas uma em específico eu guardei.
Chegamos em
uma repartição que era uma espécie de assessoria do diretor. Trabalhavam 02 pessoas em uma sala grande, cheia de documentos. Um homem e uma mulher. A mulher havia saído ao banheiro e apenas sua bolsa ocupava o lugar onde ela deveria estar sentada. O homem deveria ter aproximadamente 55 anos, ele me olhou de cima em baixo, com um olhar diferente do normal, um olhar que parecia cobiça, um sorriso meio torto e muito malicioso, sobrancelhas expressivas e levemente arqueadas. Estendeu a mão e a segurou demoradamente. Disse para eu ser bem-vindo e que era um prazer me conhecer. As palavras prazer foram ditas em um tom diferente, seu olhar enquanto falava penetrava o meu e aquilo fez meu alarme interno gritar como um sinal de que algo estava fora do comum. Agradeci.
Foi me dado alguns minutos para beber agua. Enquanto estava com meu copo, próximo ao bebedor, este homem de aprox. 55 anos que eu não lembrava o nome chegou. Eu estava de saída e passei por ele, então ele disse para mim:
– “ Se verde já é assim, imagina quando estiver maduro! ”
A piadinha foi referente ao tom da camisa verde que eu usava neste dia. Uma típica cantada de pedreiro sem noção. Não sei o motivo, talvez por não estar acostumado com isso (nunca levei cantada), eu dei um sorriso “sem dente” mais cínico possível e meu pensamento gritou rudemente:
-“ECA”.
As cantadas foram ficando cada vez piores. Nessa época eu sabia como as mulheres se sentiam levando aquelas cantadas mais sem noção do mundo. Eu me fazia de desentendido muitas vezes outras eu fingia um meio sorriso daquele tipo “ vou rir da sua piada para não perder a amizade”. Mas no fundo, eu tinha muito nojo dele, por ser um velho babão. Além do que, ele não despertava nada em mim. Apenas ânsia de vomito.
Finalmente o primeiro dia de aula começou e eu estava super ansioso para saber como funcionava o mundo acadêmico, para ver se minha condição de existência no mundo mudava, se algo de bom acontecia durante esses próximos 04 anos. Sentei no fundão da sala e fechei a cara, como cheguei cedo, queria passar a interpretar um papel de “descolado”, algo que nitidamente eu não era. Mas não queria ser o nerdão, que senta na frente e ia ser zoado pelos próximos 04 anos. Eu já tinha vivenciado isso a minha vida escolar inteira e sabia muito bem como terminava.
Próximo de iniciar a aula,
um cara bonito, loiro, olhos azuis, barba por fazer, medindo aproximadamente 1,70m, uns 70 kg, cara de moleque atentado (eu achei ele lindo e senti pela primeira vez, algo se mover involuntariamente dentro das minhas calças, eu nunca tinha sentido isso por ninguém, caramba), tentei constantemente disfarçar o olhar, mas era impossível não olhar. Quando me pegava estava admirando pequenos detalhes do seu corpo, como por exemplo, tentando ver o volume do seus shorts de nylon. Não aparentava volume, mas era gostoso apenas observar. Eu fiquei meio confuso, lembro de ter pensando :“Puts, acho que sou gay, ou sou bi, ou sei lá o que sou”. Mas isso não me incomodou por muito tempo. De certa forma eu estava feliz, porque pela primeira vez eu senti tesão por alguém. Não era amor, não era paixão. Era puramente desejo sexual. Ele sentou no fundão ao meu lado. Disfarçou um pouco, abriu a mochila e tirou um caderno. Eu olhava disfarçadamente fingindo não olhar.
– E aew cara, tudo bem? Meu nome é Breno!
Olhei meio perdido, meio sem noção, meio confuso.
-Ahhh… éee… oi. Tudo certo e aí? Eu sou o Ethan.
-Ethan, que legal. Ethan. Prazer em te conhecer cara.
– É… todo o prazer meu é – falei igual um idiota de nervoso que estava.
– Hahahahahaha, você pareceu o mestre Yoda falando agora! Todo o prazer meu é! Hahahahahaa – ele disse abrindo um sorriso lindo.
– Eu não disse assim! – dei um sorriso disfarçando e admirando o sorriso dele.
– Pior que disse irmão! Mas relaxa, eeee… olha aí, o inferno vai começar. Professor chegou.
Eu fiquei perdido em pensamentos e maravilhado com minha nova descoberta. Meu pênis estava muito duro dentro das calças e chegava a doer de como latejava. Eu tentava disfarçar o volume com medo de que alguém pudesse perceber. Veio um sorriso no meu rosto e meu pensamento explodiu:
“O prazer é todo meu! ”.
CONTINUA.
Muito bom o conto. já quero a parte 2
maravilhoso, mal posso esperar parte 2
afff quer me matar ? continuação pra já!